A cirurgia de redesignação sexual, também conhecida como cirurgia de afirmação de gênero ou transgenitalização, é um procedimento complexo que visa alinhar a anatomia genital ao gênero com o qual a pessoa se identifica.
No caso da redesignação de masculino para feminino , a cirurgia é conhecida como vaginoplastia. Já a transição de feminino para masculino pode envolver procedimentos como metoidioplastia ou faloplastia.
Muito além da transformação física, essa cirurgia está inserida em um contexto amplo de cuidado com a saúde mental, bem-estar emocional e respeito à identidade de gênero. Por isso, o processo que envolve a cirurgia é cuidadosamente planejado, com etapas clínicas e psicológicas que garantem segurança e respaldo ético.
Neste artigo, você vai entender como funciona a cirurgia de redesignação sexual, quais são os critérios para indicação, as principais técnicas utilizadas e os cuidados no pré e pós-operatório. Continue lendo!
O que é a cirurgia de redesignação sexual?
A cirurgia de redesignação sexual é um conjunto de procedimentos cirúrgicos que visa transformar a genitália externa, buscando compatibilizar o corpo com a identidade de gênero do(a) paciente. O objetivo não é apenas funcional, mas também psicológico, emocional e social.
Esse tipo de cirurgia envolve conhecimento técnico avançado, especialmente em cirurgia plástica, urologia reconstrutiva e ginecologia, dependendo do tipo de transição.
Quem pode fazer redesignação sexual?
A indicação da cirurgia segue critérios definidos por normas médicas e éticas, com base nas diretrizes do Conselho Federal de Medicina e da Organização Mundial da Saúde. Entre os principais requisitos, estão:
- Diagnóstico de disforia de gênero (CID-11) confirmado por equipe multiprofissional;
- Maioridade legal;
- Capacidade de consentimento livre e esclarecido;
- Acompanhamento psicológico por no mínimo 1 anos;
- Uso de terapia hormonal, quando indicada.
Esse processo busca garantir que a decisão seja madura, consciente e que o(a) paciente esteja preparado(a) para todas as etapas envolvidas.
Como é feita a cirurgia de redesignação sexual?
O procedimento depende do tipo de transição (masculino para feminino ou feminino para masculino). A seguir, veja um panorama das principais técnicas:
Redesignação de Masculino para Feminino
A vaginoplastia é o procedimento cirúrgico mais realizado em mulheres trans. A técnica mais empregada é a inversão peniana, que utiliza a pele do próprio pênis para a formação do canal vaginal. O procedimento inclui:
- Criação do canal vaginal;
- Reconstrução dos pequenos e grandes lábios;
- Formação de um neoclitóris, com terminação nervosa sensível para preservação da função sexual.
Em alguns casos, podem ser utilizados enxertos de pele ou mucosa para proporcionar maior profundidade ao canal vaginal.
Outra possibilidade é a vaginoplastia com segmentos intestinais, como o jejuno (parte do intestino delgado) ou o cólon sigmoide (parte do intestino grosso). Essa técnica é indicada principalmente quando há necessidade de criar uma vagina revestida por mucosa, com lubrificação espontânea e aspecto mais próximo do natural.
Redesignação de feminino para masculino
Na transição dos homens trans, os procedimentos variam de acordo com a anatomia e o desejo do paciente. As principais técnicas são:
- Metoidioplastia: utiliza o clitóris hipertrofiado pela testosterona para criar um pênis de tamanho menor, mas com sensibilidade preservada.
- Faloplastia: construção de um neofalo (pênis) a partir de retalhos de pele retirados do antebraço, coxa ou abdômen. Pode incluir implante de prótese peniana para função erétil.
Ambas as técnicas podem envolver etapas adicionais, como alongamento uretral para permitir a micção em pé.
Como é a recuperação?
A recuperação da cirurgia de redesignação sexual exige cuidados específicos, tanto no aspecto físico quanto emocional. O tempo de internação varia, mas geralmente gira em torno de 7 a 10 dias.
No pós-operatório, são comuns:
- Cuidados com curativos e higiene local;
- Uso de dilatadores vaginais (no caso da vaginoplastia);
- Fisioterapia pélvica;
- Acompanhamento com equipe multiprofissional.
O retorno às atividades pode levar algumas semanas, e o suporte psicológico é essencial durante todo o processo de adaptação.
A importância de uma equipe especializada
A cirurgia de redesignação sexual é um marco importante na vida de muitas pessoas trans, mas exige uma abordagem médica altamente especializada. O sucesso do procedimento depende não apenas da técnica cirúrgica, mas da escuta, empatia e experiência da equipe envolvida.
Buscar um urologista no Rio de Janeiro, com formação em urologia reconstrutora e experiência em cirurgia genital, é um passo fundamental para garantir segurança, acolhimento e resultados satisfatórios. Cada paciente é único e merece um plano de cuidado individualizado, ético e respeitoso.