Atualmente, está sendo veiculada no “Fantástico”, da Rede Globo, uma série que trata da questão dos transgêneros no Brasil.
O indivíduo transgênero é aquele cuja identidade de gênero não está de acordo com o sexo biológico do seu nascimento. Ou seja, geneticamente e fisicamente trata-se de um homem ou mulher, mas a pessoa se identifica como o oposto.
A transexualidade é diferente da orientação sexual, definida como o desejo ou atração sexual que um indivíduo sente pelo outro. Esta atração pode ser por pessoas do mesmo sexo (indivíduo homossexual), do sexo oposto (indivíduo heterossexual) ou de ambos os sexos (indivíduo bissexual). Portanto, seja o indivíduo transgênero ou não, ele pode ser hétero, homo ou bissexual.
Quando um transgênero deseja iniciar os processos de modificação corporal para que haja uma congruência entre o seu “eu” psicológico e orgânico, muitas dúvidas surgem, principalmente no que tange à cirurgia para modificação genital, popularmente conhecida como transgenitalização.
Como a cirurgia de redesignação sexual funciona
Neste complexo procedimento, o transgênero masculino ou feminino tem que, obrigatoriamente, ser submetido a um período mínimo de 2 anos de acompanhamento com equipe multidisciplinar (endocrinologista, psiquiatra, psicólogo e cirurgião reconstrutor genital). Após este período, o indivíduo encontra-se apto, do ponto de vista legal, a ser submetido à cirurgia.
No procedimento de redesignação sexual genital masculino para feminino, os seguintes processos são realizados:
- Amputação da haste peniana com preservação da glande para a confecção do neoclitóris, faz com que haja maior facilidade de o paciente ter um orgasmo.
- Amputação dos testículos.
- Confecção de uma uretra mais curta.
- Confecção de um espaço entre a uretra e o reto para a formação da neovagina. Esta neovagina pode ser revestida pela pele do pênis, do escroto ou do intestino (cólon ou íleo).
- Confecção dos pequenos lábios com a pele do prepúcio.
- Confecção dos grandes lábios com a pele do escroto ou do prepúcio.
No caso da redesignação sexual genital feminino para masculino, o procedimento mais realizado é a metoidioplastia, na qual o clitóris, que já está harmonizado, transforma-se em um neofalo, a vagina se torna uma neouretra (mais longa) e os grandes lábios tornam-se a bolsa testicular onde, posteriormente, são implantadas duas próteses testiculares.
Ambos os procedimento são complexos e demandam um mínimo de cinco dias de internação hospitalar.